lugar

Data 16/11/2022 03:26:53 | Tópico: Prosas Poéticas

Descia a rua, quando o conheci. Tinha um aspecto selvagem, pois levava em si espinheiros e arbustos bravos em seu amplo terreno e a forma como se apresentava demonstrava que nunca havia sido desbravado com toques humanos. Era um campo perfeito para ser explorado mas não somente; necessitava ser habitado. Não foi fácil adentrar com tantos espinhos enfurecidos e arbustos com altas doses de urticárias mas, a paciência e o cuidado meticuloso, venceram. Os espinhos, um a um, foram retirados e os arbustos venenosos, extirpados. Logo uma clareira estava aberta para a plantação de um pomar com robustas árvores para sombras. Aleatoriamente, sementes foram lançadas para desabrocho de flores sem pretensão de canteiros. Em um espaço mais profundo, uma casa foi erguida com paredes de cores previamente sonhadas e porta que se abria para um caminho que seguia rumo ao horizonte. Uma fonte foi aberta e água cristalina jorrava para acariciar a sede e irrigar o novo plantio. Tornou-se habitat quase perfeito! Em um primeiro olhar nunca se diria que noutro tempo se expandiu em estado bruto! Apenas num primeiro olhar pois sempre surgiam ciclos de insolação e tempestades levando aquela área sempre precisar de reparos. O cuidado e atenção eram exigidos o tempo inteiro, do desbravador, que, no mesmo ínterim, também sentia a vontade de cuidar daquele território, que, somente por isso, havia se transformado em lugar.




Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=364895