
A solidão dos vivos
Data 30/11/2022 10:21:58 | Tópico: Poemas -> Intervenção
| Perdidos como navegantes desorientados Iguais zumbis trôpegos sem direção E ébrios cambaleantes Perambulam pelas grandes cidades Como formigas em formigueiros destruídos.
O sangue jorra pelas calçadas Um turbilhão de emoções em vidas paralelas De pessoas que não olham para o lado Porque não querem nem saber Se existem semelhantes jogados nas sarjetas.
Seguem o fluxo de suas rotinas Barulhos não são ouvidos por causa de seus fones Cada um vive em seu mundo particular Mesmo estando caminhando entre multidões A solidão dos vivos parece a morte.
Um mundo que já passa de oito bilhões Uma Babel que já atinge os céus com seus altos edifícios Uma gente que destoem tudo pela frente Uma geração que não pensa no futuro logo ali E nos perguntamos como será o amanhã.
O salto da humanidade não parece ter sido pensado E os domínios seguem uma ordem não natural das coisas Envelhecemos nas cidades, morremos nas praças, Sem que ninguém perceba o fim de cada um de nós Porque a solidão dos vivos não termina nunca.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense www.odairpoetacacerense.blogspot.com
|
|