CATAS

Data 23/12/2022 02:06:09 | Tópico: Sonetos

CATAS

Mineiro de garimpos exauridos,
Restou-me catar quartzos no aluvião…
Pois é, pedrinhas brancas pelo chão,
Que levo por lembrarem tempos idos:

Criança, andava d’olhos espremidos
A ver quanto tesouro em minha mão!
Poeira d’ouro fino, grão por grão,
E logo após dobrões sendo fundidos…

Hoje, homem feito já, sigo sozinho,
Olhando para o chão todo o caminho,
N’uma mineração de pedras vãs.

Algo tão semelhante da poesia:
Eu catar brilho aos versos que fazia,
Como fosse encontrar velhas manhãs.

Betim - 21 12 2022



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