
Alguém
Data 22/12/2022 15:31:43 | Tópico: Poemas
| Nem sei teu nome e já te fizeste qual turbilhão neste vazio Tu apenas chegaste cintilante, revolvendo a noite solitária Sem importar quão escuro, sombras e névoas na penumbra Por mais que eu não permitisse, entrastes em meus sonhos Antes, mais e acima que todas as pessoas ou qualquer uma Que eu tenha sentido próxima, ainda que um amor furtivo Qual uma ligação sideral, ora silenciosa, ora um relâmpago Que arde em mim no instante fugaz que precede o trovão E assim vieste nessa tempestade incompreensível, imatura Feita de momentos cheios de impertinências, de distância A se transformar nesse desejo rubro, sufocante e visceral Que já venceu oceanos, atravessou horizontes só por mim Sei-me tão imperfeitamente humano, mas saboreio o divino Quando meu corpo se insere no teu e me privo de pudores Um amor celestial, que por paradoxo, é malícia e é feitiço Que dilacera meus sentidos e escrúpulos a sentir teu gozo Sei que o amanhecer trará a dolorosa certeza da ausência E ainda assim sinto teu gosto em mim a alimentar a insônia A propor maliciosas descobertas de recônditas anatomias Antes que um gélido dia, sem tom e sem som venha nascer
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