
O Psiquiatra
Data 28/12/2022 12:38:38 | Tópico: Poemas
| Doutor, escrevo porque escrevo Sem saber porque grito se não caio Ou porque choro sem óbvia tristeza Nada devo a nada por saber que devo Ser eu, meu e seu dono ou mero lacaio Da dor intensa que mata sem certeza
Ofendo tudo pelo prazer de viver puro Eu e todas as trepadeiras que alimento Plantas raras que me crescem no peito Que sugam o sangue de algum futuro E libertam a alma noutro firmamento Deixando-se adormecer no meu leito
Rimo estupidamente palavras sem nexo A voz sai rouca sem melodia, harmonia Nesta vida escrita em velhas pautas As mãos e todo o corpo dão-se em sexo Nas gulas do porco desejo que me iludia Palavras sem nexo e aliterações incautas
Transbordo em vastos rios de ignorância Páginas de letras que nem o tinhoso lê A espécie de corpo analfabeto e iletrado Que me arrasta a vida desde a infância Declara-se agora culpado porque não vê Não olha, não sente! Nada, apenas fado
|
|