Linha final

Data 20/02/2023 04:36:14 | Tópico: Poemas

Minha solidão é meu amor supremo, poesia viva
Sou cativo do vocabulário, além de mim mesmo
Sou qual um mar sem nome, um rio sem margens
Sou deserto imenso, sou espaço infinito e arcano
Lado a lado, vejo a vida e a morte, tempo de ser
Deito signos inconexos sobre o branco do papel
A fazer das dores pungentes, gentis lembranças
Sou eterno pássaro errante, teimoso insiste voar
Para nunca me tornar o carcereiro das palavras
Mas o que doa abraços, sem pedir nad’em troca
Esse meu coração solitário sempre sem aldravas
Ainda busca o tesouro escondido n’outro peito
Que escute o rumor de uma invisível eternidade
Então e breve amará veloz qual louco peregrino
E irá trilhar sobre as brumas nos céus do olvido
Onde celebre em vinho, às palavras transitórias
Em mil borbulhas cintilantes, cruzando triunfal
A última linha, transumante desta terra ingrata




Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=365919