Guerra do Darfour

Data 30/04/2023 10:18:09 | Tópico: Crónicas

Yah, yah


ich bin
ein schwein
ich bin
ein


Volto a estas merdas, com um poemeto.
O outro otário, ou Meio Reles (como agora anda com a mania) andou a ler num feed (agora anda todo modernaço, ou prá frentex como diz o seu pai (não vamos por aí)) que os responsáveis das embaixadas europeias viram que têm cu e desataram a desopilar do Sudão.
É que, pelos vistos anda para lá uma guerrilha. Ou guerrinha.
Como não é na Europa de Leste (leste muito bem), nem tinhamos dado conta.

Pois é.

Mais genocídio, menos genocídio, se calhar já estava a ser demais, então os agrobetos com multisotaques de lá, decidiram deixar os colégios privados, as penthouses e os escravocriados e toca a voltar para a santa terrinha.

Para a coisa se saber em Portugal, aquilo deve estar mal.

É a minha medida para grau de desenvolvimento de uma marca, ou multinacional. Se já chegou a esta cena subdesenvolvida, é porque já fez uns quantos multimilionários nos seus países de origem.

O Darfour já conheceu melhores dias. E este tipo de relações, que acontece em países africanos, de certa forma apoia a teoria (na minha opinião errada) de que os países, quando colonizados, eram mais felizes.
Assim como em Cabinda, não voltou a haver estabilidade, ou criação de riqueza para o povo em geral.
Estima-se que desde o início do conflito, já morreram entre cinquenta e quatrocentos e cinquenta mil mortos. Esta dúvida, de quatrocentos mil, amendronta-me...

Mas ao menos não são explorados pelos cabrões dos brancos, só por outros, pretos.

Estava eu a pensar onde era o Sudão, enquanto apanhava umas pinhas para acendalhas e umas máscaras FFP2 lá do pinhal do quintal da vizinha (boa como o milho), quando fui confrontado com uma notícia que me arruinou:

O Oleg ia-se embora no fim de Abril.
Nunca cheguei a cumprir a promessa que fiz ao espelho de o pôr a falar português como um ucraniano, ou dei-lhe ferramentas para ele poder ganhar mais uns trocos aos fins-de-semana.

Emprestei-lhe o Amor de Perdição, que tinha a mais em casa, para enriquecer o vocabulário.
Sempre que podia, corrigia-lhe as calinadas.
Sempre fui um pouco cego ao nível que ele apresentava, isto é, sempre achei que ele já sabia mais do que sabia.
Para perceber se estaria a ser justo, teria de ir para a Ucrânia uns anos, e fazer o que ele fez, ou podia ter feito cá.

Assim foi, foi para o Canadá trabalhar nas petrolíferas, com um inglês que consegue ser pior que o meu alemão.
Acho que o seu francês consegue ser mais fraco que o meu grego, ou ucraniano.
Disse-me que vai voltar daqui a uns seis meses, no fim do contrato, e comprar uma casa à beira-mar na linha de Sintra.

Será que ele faz ideia do que se vai meter?


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