Anda

Data 24/05/2023 16:12:00 | Tópico: Poemas



Na exaustão calo o meu cansaço
Penduro os sapatos na berma da noite
Num sorriso digo adeus à minha sombra,
deito-me na insónia que embalo
Com cantigas de silêncio.
Já não sei onde começo e me acabo
Se o tempo já não tem tempo para mim
Faço cálculos inócuos
E só me resta números primos
E dízimas infinitas periódicas de solidão
Talvez as raízes que não plantei
Abracem a incógnita deste ser que sou
E tragam euforia ao relógio
Que trago parado no meu peito.
Anda, sabes se a minha sombra já acordou?

Conceição Bernardino

In - memórias


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