
LIMBO
Data 07/06/2023 15:17:57 | Tópico: Poemas
| LIMBO
Já não há tempo para te falar do sabor dos dias, nem para te carregar nos braços e te levar aos confins do silêncio, onde moram os anjos querubins, as fadas, os arlequins e de onde irradiam, acutilantes, os raios de sol ardentes.
já não há tempo para te dizer num abraço a estreita infinitude das memórias que galgam os diques e alagam o horizonte das planuras onde me deito e medito, chispando a febre do desejo nunca alcançado.
Delicado o meu olhar buscará o ponto de luz que transformará a noite em dia nascido e vivo, antes de sucumbir exangue na orla da sombra que marcará o chão com o selo da tua presença indelével.
Casto me entrego e me surpreendo monotonamente absorto. Se vivo sou, porque morro? E porque recordo, se me acho morto?
Em 17.Abr.2014
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