
Coletânea
Data 13/06/2023 13:41:02 | Tópico: Poemas
| Guardo em silêncio traços milenares do fundo d’meus abismos Minha vida é uma coletânea de despedidas nas pedras pisadas Nos caminhos que escolhi. Ah quantos espinhos eu encontrei Amargamente, um dia descobri que viver não está nos sonhos Mesmo que os dias amanheçam das flores nascidas no orvalho
Na poeira de chão sobre minhas asas, uma estrela entardecida Uma fileira desverdecida, nos caminhos tantas vezes trilhados Já não deixo meus rastros no fogo do ocaso em voos infinitos Confundi no tecido dos metais, os sorrisos, dores e os dramas Mal esquecido por Deus, encadeando fogos de outras tramas
Imagino que o silêncio me faça esperar por milagres miseráveis Se onde eu esperava ver um batismo, vi na verdade um funeral Mas virei-me a horizontes plenos de luz, para sentir nos astros Meu tempo se suavizar entre a areia de luas e traços estelares Embriagar-me, quase ali na esquina, de um florido dia de verão
Vou reviver em mim o menino qual deságua nas acéquias azuis Que sonha com amores e seus perfumes flutuando pelo vento Com parques de sombra num domingo distante e sem passado E num ato de amor desesperado, semear o eterno para sonhar Que o tempo está dormido e toda a ventura nunca vai acabar
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