A todos os que me amam

Data 08/05/2008 20:23:49 | Tópico: Mensagens -> Desabafo

Neste atípico dia de PrimaVera relembro tudo o que fui. Lojista, carteiro, motorista, cobrador, estudante, segurança, dealer, chulo, forneiro, operário fabril, conselheiro, jornaleiro, funcionário do estado, cozinheiro, tradutor e outras coisas que sempre me vão servindo para alguma coisa.
Recordo as palmadinhas nas costas e mais trabalho nelas. Suspiro com as lindas palavras de elogio mencionando as minhas espectaculares capacidades que em breve se viram transformadas em potencial não cumprido.
Sentado enquanto escrevo sinto atrás de mim a Pré-ocupação daqueles que me querem bem. Estudando a minha vida dão por eles tristes por mim sem eu o estar. Este peso é algo que nunca pedi nem compreendi. Querer-mos para os que amamos a mesma Vida que escolhemos para nós sempre me pareceu miopia mental e ainda não houve quem me mostrasse o contrário.
Um telefonema amigo leva-me a pena e volto em melhores lençois. É verdade que nunca estarei só e isso é uma grande almofada.
Porém a cegueira dos que me rodeiam entra-me pelos olhos dentro e temo ficar pior. Acredito que a boa espada precisa de fornalha forte mas passar a vida nas brasas não é destino para ela.
Há males maiores para cortar e ficar parado no mesmo lodo parece quase pecado capital.
As minhas dores passam despercebidas a todos e vou acabar a não querer mais do mesmo. A concretização, sempre difícil, de algumas metas trazem o futuro á baila e eu nunca gostei de bailes mandados.
Amuado e sem agradecer elogios mando tudo á merda e mais nada de previsível faço.
Apenas reforço que faça eu o que fizer apenas o faço por Amor.


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