
Ecos da Origem
Data 21/07/2023 12:52:01 | Tópico: Poemas -> Surrealistas
| A solidão muda desperta-me cores pelo caminho arborizado Os pássaros estão calados quais pedras nos rios coagulados Nessas horas afogadas pelo quieto esquecimento tranquilo Volatiliza-se o réptil movendo os pés sobre a pedra da noite Abriga-se na sombra tal escudo, deixando seu tênue rastro
Vejo estranhas harmonias sem ritmo, uma quase serena paz São memórias de coisas repousadas d’um antigo movimento O raio resfriado em metal que guarda a luz cativa pelo chão Eu, vão observador, desenrolo minhas reais asas de pássaro Movo meu corpo na escuridão, vou buscar no sono o sonho
Quando em outro voo na essência de um vazio interminável Busco no que me renova, sem abdicar do que fui, ser outro E, sendo sombra, ser claro, translúcido, de contorno visível Esculpir pensamentos fluídos e incontidos, fora da margem Ideias evolando-se de parábolas obscuras, estranhas fábulas
A ponta do fio do tempo reina no silêncio que se incorpora Faço-me de luar para que não mais germinem noites caladas Poema e poeta que enfim recompõem escritos mais antigos Ainda que simpatize com tantos encantos da modernidade Regresso ao que comecei, para ser artífice de um renascer
O retorno às origens na força do surrealismo.
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