manobra de diversão

Data 21/07/2023 18:08:41 | Tópico: Poemas

era nos tempos em que
os ramos se enlaçavam
para que a luz pudesse
cruzar connosco
crianças que destilavam rosas
onde os outros só viam dias

e entravam sempre sem medos
nestas cavernas vagamente
vazias de vascas
a contornar a escuridão
de naves suspensas
de todas as eras
de todas as vozes

a entoar um único
silêncio
por todas as fendas
do nosso pobre barro
a quem se entretém
com a fímbria negra
dessas pequeninas chamas que
oscilam coram incendeiam

quando a memória fútil
do fruto interdito
vem apagá-las
com o sopro súbito
das horas inexoráveis
no exato momento em que
estávamos distraídos
com o despontar da soagem


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