
Periferia
Data 30/07/2023 00:17:42 | Tópico: Poemas
| Chegou a chuva e se desfazem os passos e as pedras Bailam os restos e garrafas plásticas ao vento cálido O córrego arrasta, vai levando sob dias tormentosos Bem nessas horas inundadas, o barro, os cães mortos O esquecimento é o tempo que se lamenta as perdas E fazer parecer que não há mais nada para se perder Algo que respire diferente, nem olvido ou lembrança O lixo, ruas tristes, os tetos de zinco, assim é a vida Uma certa amargura flutua no ar bem ali na esquina Lentamente. Um ranço de cerveja que se derramou O homem parado à porta, sozinho, curvando de frio O ônibus passa entre as casas baixas e gente a olhar Quase nada a celebrar, só há névoa e notícias ruins Uma garrafa em cacos, o às de espadas, uma música O vinho amargo, um olho desorbitado, não há amor Nas águas da chuva, sem perdão, só mais do mesmo
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