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minha parede memorial tem rachaduras por onde vejo as primaveras o menino que reside em mim não sai mais pra brincar
até quando de palavras construirei meus dias se há muito perdi o dom de indignar-me
lá fora a besta-fera liberta seduz meus medos mas meu maior receio é perder o compasso do tempo é não ter mais a força dos meus gritos escusos pela liberdade inda gritar
ideias giram no eixo risco de avião no céu recolher a pipa tal linha da vida já nem nem sei o que é chorar
nuvens grafites intercalam-se em minha cabeça em pleno sol do meio-dia
recolho meus eus iniludíveis à escrita dum calhamaço em branco
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,.,.,..,.,
um aparte de minha parte:
o caminho do destino ladeado de portas escuras... mas o que importa, se ceguei-me á hermeticidade de meu próprio ser?... ou serei apenas um pássaro cativo que, posto em liberdade, percebeu estar desprovido de asas...
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