Quando as peles rimam

Data 07/08/2023 02:09:22 | Tópico: Poemas

Um dia o inverno fez as folhas caírem das árvores vazias
E, com a vinda do frio, todos pássaros voaram ao oriente
Mas, o sol surgiu ao som de sinos encharcados de preces
Um estranho desejo, chamado amor, ressuscita as folhas
Nesse impulso vi tuas longas pernas, no gingar da cintura
Dobrarem ritmadamente as esquinas de ruas empedradas
Tua chegada foi meu trem azul, numa manhã de domingo
Vi flores vendidas no mercado se acanharem diante de ti
Ante tua voz, ouvi falarem os mortos, ouvirem os surdos
Em ti, eu vi chegarem ao fim as tardes áridas de abraços
Teu sorriso tão branco ilumina meu céu, qual a lua cheia
Solta o teu cabelo para brilhar dourado sobre os ombros
Trazer o fim dos amanheceres frios a musicalizar meu dia
Viverei um sopro de flauta o tempo marchará preguiçoso
Meu corpo voará, com minhas asas, meu querer não pesa
Coroa-me princesa sem par, traz-me teu aroma de desejo
Minha pele rima com a tua, tal a rima dos versos de Bilac
Faz-me amor mais uma vez diz-me que a primavera voltou
Que te encontrar foi a minha lucidez nesta vida desatinada



Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=368517