Se eu fosse pecado sem dúvida seria a luxúria

Data 21/08/2023 10:00:22 | Tópico: Poemas

Eu não esperava tua vinda
Tive enredos ensaiados na bainha de espadas
Solve o corte em olhos cristalizados
Tal qual o precipício me serve de escudo

Eu urrava no pescoço de serpentes
Seu carnaval carnívoro de estômagos
Refletirá tal glória como um traição
A aparência que se autorregula em mentiras

O pior de todas as virtudes: O Homem
Seus olhos que cobiçam o futuro
Seu sangue amaldiçoado de conflitos
O amor por tudo aquilo que é materno

Um atalho para toda a paranoia
Batons escorridos em corpos anêmicos
Discurso dissimulado pairando castidade
Para seu ciclo viciado em dizeres premonitórios

Meu amor cuspira em minha pele como canetas tinteiros
Todas as portas entreabertas para o voyeurismo
Toda a maldição fragmentada, pronta para ser servida
Aproveita-me enquanto só me tens em caridade

Em teus ossos aparentes do dorso, um santuário
A tua boca é uma cova que me salva
Ao difícil exercício de fomentar curas
Me ame com a pulsão da tua arcada dentária

Medalhas são os teus entalhes que carrego
Pesando teus dedos em minhas costas como âncoras
Se eu fosse um pecado, sem dúvida seria a luxúria
Ao contrário do que me promovem: Santidade

Assim sendo, um arcanjo do subúrbio
Cresço com a possibilidade de sangrar terraços
Atuando nos atos disparates de mictórios
Valsando com a possibilidade de trincheiras no bordel



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