O Enterro

Data 25/08/2023 15:09:14 | Tópico: Poemas

Sua escrita virou sangue
nos versos fingidos da sua vaidade,
aproveitando-se da tristeza alheia,
seu cinismo está de acordo com sua idade.

Abri uma cova rasa na lama negra
no fundo do quintal da sua maldade,
queimei seus versos na vela que incendeia,
joguei as cinzas no seu poema sem dignidade.

Abri as portas de um labirinto abandonado,
onde enterrei os nomes inteiros já esquecidos
em cada canto, por um anjo guardado,
deixei o seu num canto onde ficam os limbos.

Não voltarei jamais para olhar seu nome,
a vida me ensinou a não confiar em ninguém,
por mais que eu não deseje, o silêncio me consome,
meus olhos não estão aqui, estão muito além.
Do meu arquivo "Irmandade das Sombras" - Escrito em 2012.



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