A Preto e Branco (um mano a mano com Alemtagus)

Data 09/05/2008 16:18:27 | Tópico: Poemas

Quadrados de ar fechado,
De grades ferrugentas
Pintadas por sentenças,
Por leis de descrenças
E penas peçonhentas.
Passado violado.

Pássaro preto e aziago
Esvoaçante em lauta sorte,
Aninhado em eterno medo.
Crua verdade que vem cedo,
Fria como vento norte,
Nudez de olhar que afago.

Forma cansada de xadrez
Sem roques nem reis,
Xeques ou estratégias,
Que amantiza mãos régias
Ao ritmo a que se moldam as leis,
Ao ritmo de razão sem porquês.

Sol e solidão que escorre na parede,
Limalhas de apagamento mortiço,
Encastramento em peito coberto
De preto sem branco por perto
Onde se afogou a cor e o viço
De um espírito, que de podre, já fede.

Alemtagus/Valdevinoxis




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