
Amiúde
Data 18/09/2023 03:58:54 | Tópico: Poemas
| O matiz de teus olhos esmaece entre minhas lembranças A noite se alonga no breu da espera e a oxida impiedosa Nesses céus gris, o amor sofre da agonia dos nunca mais Das acres despedidas, madrugadas sem nenhum amanhã Quanto de mim fez-se silêncio, quanto a noite é silêncio Íntima e quase namorada, a angústia dos barcos no cais Mas o amor é pedra cristalina e minha lúcida passageira É que o amor é a tua chegada e posso ouvir teus passos Cujos ecos me fazem voar sobre o musgo das ausências Sorver a ânsia de te ver chegar, minha estrela da manhã Que reacende meu fulgor, pela certeza de te pertencer Onde amiúde meu amor clama por teus seios, teu corpo Nos segredos da noite, mãos que perseguem borboletas Se te escrevo é por medo de te perder, flor do meu dia Enquanto teu nome esvoaça em minha boca nas tardes Tal qual um som foragido da doce surpresa dos sonhos Que por mais que naufraguem em ti, tu saberás de mim Como uma vertigem, um sopro convulso de ar e alegria Pois chegas e desatas o riso que renova o sono em paz
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