O que não sei se sou ser
Data 20/09/2023 10:56:10 | Tópico: Poemas
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Tudo doí no silêncio, sempre que o som pende. Distante, a emoção do mar, escutado pelas janelas entardecidas. Fixo o olhar.
O olhar que não alcança as janelas. Apenas o fito. Mesmo não havendo sonhos, as janelas escancaradas acordam. De manhã para o amanhã, ao encontro com o entardecer.
Vagueia-me um torpor. Está entre mim, e o que não sei se sou ser. Afasto a consciência das janelas. Havendo um coexistir, o abandono da existência, não basta.
À hora, os ponteiros, tocam-se. Em desleixo, espero a vontade de ir. Ao encontro que já passou. Prefiro ficar, no embalo do silêncio.
Fitando o inatingível ser.
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