
Ruptura
Data 25/09/2023 13:30:26 | Tópico: Poemas
| Vão-se-me os amores entre horas desertas de quietude O tempo escapa veloz nos ventos d’uma primavera gris Oh, são tantos ais pelos umbrais de caminhos agrestes Auroras afogadas em alguma manhã muda e sem brilho
O perfume vespertino alumbrou minha porção caseira Renasceu do ventre da noite em fios d’água cristalina Quando verte de negra fonte, precede toda ausência A romper silêncios pétreos no assombro das partidas
A vida sem amar é perder. É como, sobretudo, morrer Sem escrever o verbo sob os fulgores de um novo dia É não ter asas para voar no mesmo espaço do pássaro Nem ter-lhe a voz breve que tempera sorrisos tardios
Onde encontro segredos de ti, menina de antigamente Ouça-me antes que o sol nasça como alarme do adeus Ouça meu canto amargo que o esquecimento assopra À espera de teus ouvidos noturnos e tórridas paixões
Somos contrários libertos a buscar a energia do fogo Para que o metal se rompa em líquido qual mercúrio Assim como o amor rompe os contornos das palavras Quando se faz real e fonte permanente de toda vida
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