Limbo

Data 27/09/2023 19:12:01 | Tópico: Poemas

Contemplo no espelho o grito exangue
da minha eternidade

[não sei por onde vagueiam os meus olhos descrentes
talvez errantes nos silêncios do céu]

sustento a minha alma moribunda
num vazio baço
que me proclama pó.

A sombra cai lentamente
veste de sal as águas do meu rio
a chuva grita solidão
e as nuvens
presas ao sol
são barcos que me querem
nos pássaros que já fui.

Fogem-me as horas
distantes
desertas
e o vento
de asas abertas
agita-me um mar
disperso entre os dedos
leva-me a lua de seda feita
e deixa-me só.



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