
O livro da estupidez em x-actos - Acto 68+1
Data 29/09/2023 22:06:36 | Tópico: Poemas
| O poema amarrotado nas mãos do talhante E vomitado pela língua viperina de um velho Que se deitava no chão húmido pelo orvalho Sentia as intempéries de um ser semelhante Declamadas rimas alinhadas nuas no espelho Das linhas curvilíneas da faca afiada no talho
O velho chão tremido e encharcado pela chuva Lambia os restos dos passos que ali o pisavam E calçava-lhes na lama carregada de histórias Uma certa dose de magia com o sabor da uva Nessas vindimas onde chamas da vida choram E amadurecem na doçura do vinho memórias
Os raios do sol curiosos erguiam o véu da lua E como putos inocentes riam até às lágrimas Sem lembrar que a noite anterior adormecida Trazia morte e mistério à vida sombria da rua E danças fundidas nas suas conversas íntimas Que trespassavam o olhar duma alma perdida
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