A precoce morte do amor

Data 01/10/2023 10:49:28 | Tópico: Poemas


Cada bala que do cano sai,
É um corpo que cai
Uma alma que se esvai
No silêncio dum ai

Lágrimas…
Por onde andam as lágrimas?!
Que pena!
Tudo se perde no silêncio das lástimas

Sentimento já não é sentido
A alma já não é querida,
Por mais dorida que fosse a dor,
De longe, espreita o amor

Ah! Homens, homens…
Já não se ouve os améns,
Por mais que os sinos repicassem
E os anjos anunciassem a dor

No coração da gente,
O amor já não mora
E o céu chora
A impiedade dos homens no presente mundo

Precocemente, morreu o amor n’alma da gente,
Nada mais se sente
Quando a vida já não se faz presente
No decrescente mundo dos vivos

A morte já nada significa;
Aos filhos, um pai ataca
Aos filhos, uma mãe sacrifica.
Matam nenés e ninguém justifica

Nesse mundo dos sentimentos surdos,
As lágrimas já não vão a parada,
E a lástima calada
Já não se ouve no silêncio dos prados

Adelino Gomes-nhaca


Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=369561