Presságio

Data 22/10/2023 17:15:06 | Tópico: Prosas Poéticas

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Foi assim, veio a primeira revelação;
fria, devasta, murro frontal na alma,
no olho da calma, a queima roupa...
Nenhuma conduta substituta, desvio
após o episódio do claro prognóstico;
espectativa de vida, vã...
O que se tinha à época era tão somente uma imensa e íngreme escadaria à imaculada concepção; razão...
Desnorteado, nem guiado pelas tuas mãos dóceis se conseguiu subi-la, apesar de tanto que querias tu me levar a oblação, atalho à Deus, fé...
Parca ou nenhuma força, fora ceifada abrupta ao diagnosticado...
Pesaram nos ombros plúmbeos pensares, torrentes intermináveis de lágrimas desusadas há muito, acumuladas, esvaíram-se pois incontroláveis; ao cansaço, ao sono...
O tempo urgiu num zás, trespassou perspectivas, e uma recente revelação veio à tona; mais incisiva, derradeira, repetindo a forma abrupta seca e sem subterfúgios, sem controverso...
A alma já combalida, reage com espantosa serenidade, resiliente, antevidente, sim, permitindo o fluir suave da oração;
à travessia sem pressa...


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