
Mágoas
Data 22/10/2023 17:16:02 | Tópico: Poemas
| Deste amor que eu te trago e que eu te tenho, Resquícios de minha alma machucada, Revela, aos olhos vistos, quão pequeno Foste. Sendo sincera, foste um nada.
Nada ficou. Sequer restou uma brasa, Pois tudo não passou de chama, lenho Em noite descoberta e desluada Após noitada de vinho portenho.
Confesso, nestas linhas maus traçadas, Que me perdi no teu delírio Que meu corpo entrou em espasmos Que me vi, finalmente, realizada Aos beijos e sorrisos contigo Chegando, enfim, em múltiplos orgasmos.
Devo admitir que foi sem igual Que foi mágico, mítico, fantástico. No entanto, me causaste tanto mal Que o dano provocado foi mais trágico.
Andou a dizer de mim nomes feios A me difamar pelas ruas da cidade Logo tu que me deste aquela felicidade Quando suavas sobre os meus seios!
Ah, quanta jactância e soberba! Ah, quanta vergonha eu senti! O meu nome jogado na sarjeta Por alguém que meu corpo cedi!
Homem não foste. Homem não és. Não respeitaste uma dama Que contigo foi puta na cama. Que contigo foi muito mulher .
O erro foi meu por não ser seletiva, Por me entregar ao amor em noite primeira. Mas estavas tão lindo, tão cheio de vida, Olhar de felino afoito na presa,
Que o meu coração descerrou a cortina Desperto ficou a um possível legado. Pregou-me outra peça este órgão levado Deixando em meu peito uma nova ferida.
Espero justiça dos homens ou divina. Esqueça que um dia entrou nesta porta. Esta será a primeira e última missiva De que receberás de quem hoje está morta.
Nada ficou. Sequer restou uma brasa, Pois tudo não passou de chama, lenho Em noite descoberta e desluada Após noitada de vinho portenho.
Deste amor que eu te trago e que eu te tenho, Resquícios de minha alma machucada, Revela, aos olhos vistos, quão pequeno Foste. Sendo sincera, foste... Nada!
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