em desagrado ao que se está a passar

Data 25/10/2023 19:37:10 | Tópico: Textos -> Crítica

Era já noite cerrada
Quando os alarmes soaram
A morte ia chegar.
Iam cair as granadas
E os corações pararam
Já não havia Luar.

Quando o Sol pela manhã
Voltou a iluminar a Terra
O sangue jorrava nas ruas.
A vida é coisa vã
Pois o Senhor das guerras
Voltou a fazer das suas.

As bombas... bela invenção
Que matam em nome da paz
E põem a Terra em fogo.
Trazem miséria, não há pão
E não há ninguém capaz
De ajudar o nosso povo.

São as bombas sociais
Que vão ajudar os povos
A poderem morrer em paz.
Elas são todas iguais
Matam os velhos e os novos
O medroso e o audaz.

Cantam os galos no poleiro
Com a crista levantada
Mostrando o seu desprezo.
Nenhum deles é guerreiro
Mas vão enviando granadas
Aos povos indefesos.

Quando a guerra acabar
As cidades ficam desertas
E famílias dissipadas.
Mais bombas irão fabricar
Deixando as portas abertas
A mais mortes encomendadas

A. da fonseca



Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=370047