A puta

Data 09/11/2023 13:34:40 | Tópico: Poemas

Pouco astuta, a truta dá-se ao anzol e senta a cauda aberta na testa de um asceta qualquer que brota da brita calcada.
Faz-se bruta na disputa e encolhe-se na luta.
É farta na fruta mas, dela, resulta a multa.

Curta de revolta,
Generosa na careta,
A maldita, insulta
Mas unta sempre a secreta caneta douta.
No fim, envolta de doença preta,
cai frita sem volta.

Preenche a quota de gente morta que nasceu torta
e sai pela porta ingrata que se abriu.
Na palhota, nada arguta e pouco enxuta, foi engolida, a puta, já sem réstia de placenta.

Valdevinoxis


Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=370275