amarei as almas na devassidão das noites se melancólico estou e a alegria delas fere-me como açoites
amarei a vida se a pessoa mais querida fez-me alma sofrida e se foi senil sem se despedir num lindo dia primaveril
amarei meus companheiros se à boca pequena são corvos matreiros dentro da sujidade social vivem só de momentos sempre se lambuzam e de suas bondades só vejo excrementos
amarei as mulheres numa mesa de pôquer se só eu não sei que as cartas estão marcadas pro bobo-da-corte diverti-las
sempre amarei saber-me o último das filas pra ver o canto desesperado a simplicidade no falar do humilde não humilhado
amarei as alvoradas os pássaros em revoadas as piracemas da procriação alguns homens ilustres soldados da não-extinção
amarei a majestática porção que nem sei se faço jus amarei a flux o básico de cada cidadão
amarei poder amar tão pequenas coisas como o flerte dum casal edênico apaixonado despedindo-se à beira-mar
amarei o grito louco meio a um ciclone dum imprestável aventureiro que bata às minhas costas e me direcione aos poucos aos poucos risque o chão a giz resquícios de amares que me restam ... se nada se renova em minha memória senão meu repúdio a fatos vis digo que sempre me amarei pra poder dividir poucas lições que me prestam
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