Pego do Inferno

Data 15/02/2007 23:33:37 | Tópico: Acrósticos

Pego do Inferno


E tudo começou num sítio criado à imagem do "Éden", e tu Eva levaste-me de olhos bem vendados por um entrelaçado de escadas sem fim, não me posso queixar pois o toque da tua mão acariciava meus olhos... E eu feito louco metia-me com quem passava mesmo sem ver, enquanto tu coravas.
A água que saltita de um riacho sem nome para lago perdido num sonho, que alguém infantilmente chamou de Pego do Inferno, com água esverdeada apenas para combinar com brilho dos teus olhos, cativa a vista, faz nascer o arco-íris por entre gotículas que se soltam ao bater no espelho de água parada, criando a brisa da manhã que envolve Tavira.
E ao chegar lá a baixo um olhar que se aproximou, o tempo que parou, como se uma algema me prende-se, como se impulsionado por um desejo persegui o gosto do teu beijo. Desfolhada de emoções, sorrisos perdidos sorrisos encontrados, tudo era perfeito, eras tu que meus lábios tocavam... me perdi ali naquele lugar sem me querer encontrar...
Não posso descrever o que senti, mas logo me apaixonei, tantas qualidades que até os defeitos são para Amar.
Meu coração batia, batia forte, e nas tuas costinhas se sentia o seu cantar de paixão.
O gosto a morangos silvestres, não se esquece tal como um grande Amor, como tu dizias fica dentro de nós e lá permanece... será que ainda estarei lá? Talvez sim, talvez não... queria tanto saber, mas o silêncio impera na tua boca.
Não consigo escrever mais, peço desculpa, o papel está manchado por água e sal...


Amo-te demais para não sentir a tua perda.





Reminiscência de Infinito Sentir - Edições Ecopy - Pedro Lopes



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