Incompreensão

Data 23/12/2023 14:03:03 | Tópico: Sonetos

INCOMPREENSÃO

Talvez, se tu calçasses meus sapatos
E buscasses andar por onde andei,
Aprenderias quanto agora sei
Ou quanto me furtei a vãos recatos…

Não me venhas com fúteis aparatos,
Sempre a condescender igual grão rei.
Tamanha liberdade jamais dei
A ti ou qualquer um d’estes ingratos.

Ide, todos e tu, para bem longe!
Outro velhaco em hábito de monge
Não há-de m’ensinar a ser humano.

De resto, enmimesmado com meus erros,
Caminho junto ao abismo quase aos berros,
Clamando contra os céus de tão mundano.

Confins - 16 12 2023



Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=370781