Do som sepulcral

Data 01/01/2024 20:00:58 | Tópico: Poemas

Do som sepulcral ouço tua voz que um dia foi SIlenciada há anos pela "maldita depressão que separou nós dois".
Notivaga hora em que a ampulheta do tempo d'outrora de um coração arrancado d'onde mora os escombros que caíram sobrenaturalmente sobre os ombros que o hoje existe a imperiosa necessidade de sentir a dor doer em sua forma gigantesca.
A nossa canção e poesia sobreviveram a cisterna da dor profunda de perder o maior e melhor amor da redoma de vidro de laguna...
no escrínio que depositei os dois corações triturados pela força descomunal...
Hoje o código é uma questão de honra tirar do lixão cada chorume da composteira tida como germinadora de sementes dos sonhos inacabados.
O navio ao longe inda há piratas com tentáculos de polvo que jamais teram mãos limpas... Pois na balança da justiça e da verdade Deus tem o poder sobre a vida e a morte numa questão de olhar por uma perspectiva que nos leva a refletir...
Pois que na morte tudo perde o significado da bússola do tesouro da vida...
E descer a escada da ilusão de que na vida tudo temos e que na morte nada levamos...
Diante do grande espelho tudo parece perdido e pequeno nas primicias do invisível há fé e esperança dos sonhos se concretizarem num futuro próximo.
Há uma gigantesca força que merece ser renovada na forma magistral da mãe natureza.
Vivendo numa redoma chorando lágrimas de diamantes, ouro, cassiteritas e petróleo ...
Donde a ganância impera...
A poesia procura imóveis perdidos no tempo que no mais gélido dos mármores descansou.
Inda assim fazendo promessas de amor sempiterno pois é e será uma questão de horas para cumprir.
Distribuindo sonhos e esperanças para prosseguir no ano vindouro.

Ray Nascimento
há anos...
tateando para explicar o inescapável
e inexplicável
daquele fatídico maio que a noiva esperou
seu amado no amazônidas suspiro
e o que encontrou foi uma corda azul
entalada na garganta da poesia
que teima em não sair do lago azul profundo
do luto (dor de difícil convivência consigo mesma),
que queima as mãos para escrever poemas
que escorrem nas mãos que sangram
e também o coração da poesia que chora lágrimas
vestidas de injustiças causada por outrem...
que olham no abismo d'álma entrelaçadas no desenlaço...
e o que restou foi soluços numa cisterna de água de reuso
navalhando o peito cheio de saudades sempternas.
espero ter ajudado os leitores a entender a dor
que o poema transborda...
dilacerando o coração de uma aprendiz de poetisa
o escrever faz-(ela) continuar a viver repaginando
os sonhos inacabados de uma alma cansada.
Ray Nascimento



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