MERCÊS

Data 10/03/2024 22:15:10 | Tópico: Sonetos

MERCÊS

Perdoai-nos, afinal, todos os santos,
Visto a sumptuosidade dos retábulos
Face à precariedade dos vocábulos
De nossas aflições e desencantos.

Mas como vos rezar senão quebrantos
A esconjurar o mal dos conciliábulos,
Se nas encruzilhadas, nos estábulos
E nos abismos clamam tristes cantos?...

Vós, que tendes o Christo por exemplo,
Não deixeis as paredes d’este templo,
A despeito da humana irrelevância…

Ao menos aqui entre os douramentos,
Deus nos livre e guarde dos tormentos
E nos cumpra uma vida em abundância!

Tiradentes - 28 01 2024



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