
Calado Simplesmente
Data 08/04/2024 20:39:06 | Tópico: Poemas
| Ao despertar a vida parece-me hedionda, um barco sem horizonte nem Luar... Será talvez por ver nas vagas ondas uma imensa vontade de naufragar.
Quando desperto dormem as fontes e as gaivotas ao vento perdem penas a saudade manifesta-se nos poentes e eu visto todo o corpo de poemas.
Às vezes o silêncio sabe a chuva e o peso do destino sobre os ombros cheira a malvasia, sabe a uvas, parece um cair de tarde sobre pombos.
Ninguém me há-de saber os medos os que trago em abismos infinitos a frieza retesada dos meus dedos e a agonia penitente dos meus gritos.
Porque a vida na verdade é uma pluma em que sou um vendaval, subitamente, talvez nunca seja coisa alguma sendo eu calado simplesmente.
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