Pensamentos

Data 19/04/2024 09:17:09 | Tópico: Poemas -> Introspecção

Volto as costas ao passado sem me despedir adequadamente.

A porta ficou entreaberta, ouço o ruìdo ao fundo.
Refletindo sobre ser entendo que è profundo o estado em que me debato, os gritos ecoam algures na memória.

Ainda sinto na pele o desejo de ir,
sem saber para onde, para nunca voltar.
Sinto o quente do toque violento após cada batida, o desespero em cada despedida.

O tempo passou, a vida seguiu, o corpo mudou e alma grita, eleva-te aos ventos, enterra os demònios e deixa ir a história escrita.

Umas vezes guerreira, forte e dona do mundo, o relogio não pára e segundos depois là estou no fundo.
De sorriso fácil ainda que a maior vontade seja desaparecer, sonhadora e fragil ao mesmo tempo não me deixo vencer.

Sinto o coração disparar, o corpo tremer e as mãos a suar, não sei se é medo, nervos, ansiedade ou o passado a falar.

Temer não conseguir, agonia em falhar, mas falho todos os dias apenas confirmando quando estou a divagar.

Só estou bem onde não estou, quero ir para onde não vou querer ficar, que turbilhão existe em mim que não me deixa descansar?

Será egoísmo pedir a mão?
Será egoísmo pedir salvação?
Que desenfreada forma de viver,
sufoco em cada solução.

R.P.


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