Vem a chuva e não tenho o céu

Data 13/05/2008 07:43:31 | Tópico: Crónicas

Vem a chuva e eu que não tenho o céu para me abrigar dessas confusões que fazes, sempre que falas em comer gato por lebre e a madeira não é vendida.

Já cozi o feijão fradinho, agora falta a salsa, que dizes que comes nos bolos de bacalhau, mas que parecem pinceladas de Monet, a nadar na maré de azar, própria da falência do sr Costa.

Por falar no sr Costa, sim aquele da perna partida , engessada...sabes, enviuvou da rata cinzenta, esquelética, apesar da fartura que o amante lhe dava todas as semanas e ele dizia que sabia, que lia o jornal da caserna.

Era um mirone acérrimo dos camiões do lixo loiro oxigenado, que teimavam em saltar alto, principalmente na febre de sábado, dia da desbunda, da missa semanal, rezada pelo padre que gosta de um bom rabo de porco.

Aguenta Benjamim das Solas, aguenta o cheiro nauseabundo da falecida, já que ela passou à história dos alfarrabistas do beco, onde comia as tripas à moda do Porto.

Depois conto-te o resto, agora vou mudar as fraldas do meu silêncio.



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