. A minha saia era cor de laranja Rodava redonda à volta da perna Cor de comer, fruto maduro canja Sentia o sofrer, dançava eterna Sem querer bater no dia lanterna Sem poder falar sobre a hora certa Com ganas de vingança foi fraterna Nada disto a fez ser menos esperta De nada valeu a roda descoberta Serei eu o astro do buraco negro? Cadastro de vela de cera aberta De bela chama deserta em quebro
Fui, decerto, um meteoro em queda Meteoritos nada, só moeda
Na morte da sorte uma bala acerta Um bruxedo do medo faz um zebro E eu quero meia chama entreaberta
A desgraça é ágil, sabes São Pedro? O azar é sagaz como desconserta E o infortúnio um decaedro
Um são pão sorvedouro assim me arranja Restos detritos atritos caverna E vomitando discursos hiberna A talha dourada magra de franja
Menstruo líquidos limpos de esbanja Choro sangue em coágulos moderna Coro pálida exangue subalterna Com unhas sem dedos como uma estranja
É de servente a minha letra azeda De uma doente crente em labareda