MÁRMORES

Data 13/05/2008 15:38:57 | Tópico: Sonetos


Um soneto foi fincado no meu peito!
E morta, esfrio meu corpo em viagem...
Sombria prece, numa oração selvagem,
Meu corpo esfria, à luz do leito...

Em mármores carrara eu deslizo,
Sem vida, com fina flor às mãos...
No peito, entoei essa canção!
Divinas vezes, escorrri os méis do siso!

Eu morro pro mundo, enterrem-me!
Como o pássaro nu, que sem plumagem,
Queria ver o sol, mas finge ser miragem...

Enterrem-me as entranhas, fonte difusa!
Sou a pele que se arranca com as unhas!
No chão da poesia, tolerem-me!

(Ledalge)





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