
Senzala (10ª Poesia de um Canalha)
Data 10/06/2024 10:26:34 | Tópico: Poemas
| A pele chorava fundida nas cores da chibata Rasgada por tão prepotente ódio do capataz Quase presa a um corpo agrilhoado no muro O riso intolerante deu voz à mão que a mata Cicatrizada pelas lágrimas de seu filho rapaz Ecoadas na parede suja daquele chão impuro
Essa nega fujona foi alguém e também gente Foi o diabo e igual santa, mãe, mãe e mulher Foi a vergonha escrava e escrava da vergonha Nosso espelho onde a negação foi indiferente Foi o diabo e igual santa, mãe, mãe e mulher Pecadora nos olhos de uma crença enfadonha
O olhar cego a deixar que tanto amor entre Na dor apertada do último abraço de um pai Aquela partiu sem rumo da distante senzala Embalada na liberdade que trazia no ventre Sem saber para que mundo este mundo vai Sem fingir a dor da memória que não se cala
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