
A noite dos gafanhotos
Data 21/06/2024 18:59:00 | Tópico: Poemas -> Reflexão
| Será delírios vagos de quem nada sonha Os caminhos percorridos pela mente? Quem viu o último dilúvio de lágrimas E não se afogou nas tristes correntezas? Alguns gigantes pisaram as flores no jardim E esmagaram as formigas sem piedade Simplesmente porque quiseram. Uma criatura tão bela saiu da penumbra Dançarina de saia púrpura Com batons sedutores nos lábios Fez ressurgir os desejos no velho homem Que acreditava ter passado os seus dias Mas agora sorria sozinho em seu canto Com um leve sorriso de esperança no rosto. Nos passos de uma alma desconcertante Um perfume ficava impregnado no ar Como lembranças que não se dão por vencidas No tempo em que não se pode fechar os olhos Apenas um suave modo de naufragar nas ilusões De quem imagina um novo momento Para se viver o que deixou escapar. Na crepitante fogueira lúdica da saudade Há sempre uma busca incessante por amor Mesmo que isso seja apenas uma louca obsessão Nada pode ser oculto do coração silencioso Nos campos férteis da paixão Criaturas devoram todo o sentimento Na noite profanada pelos gafanhotos. Abraços não são mais solicitados Nem mesmo daqueles que tanto desejavam Esbaldarem-se nos néctares de desejos Ao embalo das lindas canções de amores perdidos O que se vê ao longe são miragens Dos cordeirinhos brancos espalhados pelo chão Provocando o fim de toda uma imaginação. Poema: Odair José, Poeta Cacerense www.odairpoetacacerense.blogspot.com
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