
Aroma de café
Data 28/07/2024 22:57:51 | Tópico: Poemas
| Quando eu estiver com meus lábios trêmulos degustando um café frio numa xícara antiga de família seja gentil e não diga que não me acompanha, porque enquanto sorvo estou descansando meus lábios nas lembranças
Quando me ver coberto pela sombra do chapéu de palha ou a roçar, seja gentil, não me deixe ouvir no sopro do vento quente: quão rude é a vida dele, porque enquanto cultivo sou cultura viva colhendo promessas e prometendo colheita -Eu ainda posso ser o seu melhor café, na melhor companhia-
Quando eu estiver sentado em uma poltrona lendo as notícias mesmas de ontem, serei otimista, porque sei que o passado não vai morar para sempre no amanhã -Nem mesmo eu, se não na memória- porque o mundo respira transformação
Semeei, cultivei, cuidei... -Cultivei - e todo dia enquanto cuidava dos pés nutria a cabeça e altivava o olhar ao encontro da esperança, assim não fiquei à mercê da espera, aprendi a esperançar enquanto derramava o café em solo argiloso - Com bom manejo não falta pão-
E quando quiser saber o que fiz dos meus dias direi que semeei a semente do bem a gotas de sal, então seja gentil novamente, porque enquanto este solo meus pés tocar estarei aprendendo que para outros deixarei o melhor de mim num rastro fumegante com aroma de café
honey.int.sp
Imagem retirada do Google.
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