
União de factos
Data 09/08/2024 08:36:40 | Tópico: Poemas
| Massajavas as palavras na mestria sensual Com que as Gueixas imperiais Preparam a cerimónia do chá Nesse ofício verbal de declamar a chama Que as palavras largam como cometas
No rastro de ti me encontrei Semeando as ervas afrodisíacas dos momentos Apanhando os cogumelos ulcerosos dos corpos
Tu que encantas os pássaros com poemas Trinados na língua dos poetas mortos E que na tua se encontram esvoaçando Em mil temas
Sou de ti o aprendiz De feiticeiro enfeitiçado pelas letras O almofariz onde amassas com erotismo Verbos de prazer como no início Sou uma espécie de vício Sou uma espécie de vício...
És quem me diz A boca pela boca tua A palavra na palavra muda, Quem me ensina o sexo No sexo ensinado dos animais
És quem me envolve sem paradigmas Na lingerie fina da seda Dos bichos que acasalam fora dos casulos, Já borboletas E no jogo final das petas Resolves com metáforas os enigmas
Para o banquete frugal dos bruxos Trouxemos uma união de factos: Substantivos, adjectivos e advérbios E para matar os tédios Bebemos o álcool por repuxos Que extrais do orgasmo seival dos cactos
Na nossa lua de Mel Dissemos poemas de Pansy, a poetisa Lia E em alquimia Revertemos em ouro tudo o que luzia
José Ilídio Torres in: «A tristeza matou os peixes que nadavam nos teus olhos» 2007 Um dos primeiros poemas que publiquei no Luso
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