
Os Venenos de Shakespeare (24ª Poesia de um Canalha)
Data 09/08/2024 20:24:17 | Tópico: Poemas
| Ser ou não ser rei, amante ou apenas mercador Poeta que num beijo dá palavras a outros lábios E apunhalou com falsa cicuta o amor verdadeiro Querer ou não querer saborear essa imortal dor De viver página após página nestes livros sábios O último parágrafo escrito pela honra do ceifeiro
Tu qu'em alvos papiros corres tanto meio mundo Foste olhos de princesas com mãos saltimbancas Desejo sensual que roubou sorrisos da régia face Nuas lágrimas plebeias de um fidalgo vagabundo Feitas mar salgado engalanado de ondas brancas Onde ali dançam à espera que o vento as abrace
A sedutora beleza cleopatra d'igual fogo romano Estendida de mar a mar ali amada de céu a céu Purpúreo rio corrido nas veias do Hamlet danês Tingido de furioso mel que aguça o ódio humano Olhares de vis Regan e Goneril negros qual breu Onde caiu ingénua Cordélia qual tragédia de Inês
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