
Lembrei-me de que te amava quando disparaste
Data 14/08/2024 07:12:33 | Tópico: Poemas
| Tombei ferido sobre o teu regaço de prosas perfurado em cada parágrafo uma só gota de sangue nas mucosas
Acolheste-me sarando feridas Retirando chumbo das minhas asas de telégrafo
E nos intervalos das dores sentidas Nas pinças penetrantes que usaste Fui do teu sorriso cartógrafo
Elevador do medo que me levou à boca disjuntor que cortou a luz à luz dos teus olhos Carta tonta de marear que me fez de ti geógrafo
Enjoo de gávea, passo doble em convés doido Deslize de palavras nunca ditas Mostrengos, adamastores e sereias malditas Negativos dos dias em que fui fotógrafo
Guardo-te como folha seca num livro Cadáver exumado, sarcófago
E sem saber ler nem escrever Discurso sobre a epopeia de te perder por um fio Rompo plateias ao meio E sou da solidão menos preenchida
um rio
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