
Zé,Manel, Pedra da calçada
Data 22/08/2024 21:45:18 | Tópico: Poemas
| Andava impecalmente limpo de vincos na rua. Chamava-se,... qualquer coisa servia. Zé, Manel, Pedra da Calçada, a virtude de um amor iludido. Por isso gostava dele. E nem idade tinha. Explicou-me, um dia, com pulso assente na mesa da taberna, e os dedos a envolverem o copo como se da cintura de uma mulher se tratasse, que tinha nascido aos solavancos. Já o dia ia submerso, e a noite a pedir secura, gostava de dizer. Perdia-me em conversas, olhando-o nas suas barbas desgrenhadas e sebosas, a mesma gola de político, e uns sapatos que perdiam solas quase a cada passo. E havia, mesmo assim, tanta coisa que me faltava saber sobre ele. Se tinha alguém a quem respeitar no mundo, um travesseiro onde deitar a cabeça todas as noites,... e principalmente qual a sua noção de vida em comum. Intrigava-me isso
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