Pra que fugir se não há novos caminhos por onde ir Já andei tantas ruas, andei por andar e todas iguais Ruim por ruim, uma noite numa Istambul esquecida Os casebres, as mansões, as senhoritas nas esquinas Outros tão velhos poetas se esquecem por cansaço É que trago na algibeira sete poemas e é dia dezoito O céu continuará na tarefa de emoldurar as nuvens Elas que o esconderão quando o dia vier de chuva A noite de lua nova exibe com sua luz miniaturista Aos meus olhos também tão chuvosos, sua paisagem Diante de mim árvores irretocáveis, pássaros exatos Na infância traída sentado nos degraus da catedral Lá dentro, seus dogmas, aqui fora é noite, lá trevas Disso, guardo no peito os sons de sinos dominicais Mas, nos ouvidos o que resta é apenas um zumbido Já é dia vinte e cinco e o sol a golpear minha janela Se ao menos invés de março retornasse a setembro Aqueles que eram amantes, ora mal se reconhecem
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