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 Cicatrizes do SilêncioData 28/08/2024 20:50:48 | Tópico: Poemas -> Sombrios
 
 |  | Nas madrugadas frias do desespero,Ouço o eco de um amor que se foi,
 Seu nome, uma cicatriz em minha alma,
 Um sussurro que se apaga na escuridão.
 
 Os dias que se arrastam, vazios e pálidos,
 São fantasmas que dançam na penumbra,
 Cada lembrança, um espinho cravado,
 Na carne frágil do meu coração partido.
 
 Garrafas vazias espalhadas pelo chão,
 Refletem meu olhar, perdido e turvo,
 Bebi cada gota do esquecimento,
 Mas o sabor amargo do fracasso persiste.
 
 Teus olhos, faróis que se apagaram,
 Na tempestade do nosso fracasso,
 E agora, apenas sombras restam,
 Do que um dia chamamos de "nós".
 
 Páginas perdidas de um livro inacabado,
 Rabiscadas com palavras de dor,
 São tudo o que resta deste amor morto,
 Enterrado fundo em minha alma solitária.
 
 Momentos infelizes, repetidos em loop,
 Como um filme de terror sem fim,
 E a morte do amor, lenta e cruel,
 Desfazendo a última fagulha de esperança.
 
 Queria poder gritar teu nome ao vento,
 E pedir ao tempo que volte atrás,
 Mas sou apenas um náufrago, perdido,
 Nas águas turbulentas da saudade.
 
 E assim sigo, carregando o peso,
 De um amor que se tornou poeira,
 Nas mãos trêmulas do destino,
 Escrevo nossas despedidas, em lágrimas.
 
 Maysa, minha alma gravou teu nome,
 Não com a alegria, mas com o peso dos erros,
 Rabisco a história que nunca terá um final,
 Cada linha um lamento, cada palavra um adeus.
 
 E se algum dia, teus olhos cruzarem essas páginas,
 Em uma livraria qualquer ou em um eBook esquecido,
 Que a lembrança de mim traga um sorriso suave,
 Pois não estarei mais aqui para ser teu tormento,
 E no silêncio que deixo, que tua memória encontre paz.
 Escrever "Cicatrizes do Silêncio" foi como rasgar as páginas da minha própria alma. Cada verso é um eco dos tormentos que vivi, das noites insones e dos dias arrastados que só amplificaram a dor de um amor que, em vez de curar, me marcou profundamente. Essa poesia é minha despedida final, e dos tormentos que me consomem há tanto tempo.
 
 Cada palavra rabiscada no papel é um reflexo das mágoas que acumulei, dos erros que cometi e das esperanças que morreram ao longo do caminho. No fundo, sei que este livro inacabado, cheio de lágrimas e arrependimento, pode nunca ser lido por quem mais importava. Mas se, por acaso, se ela algum dia se deparar com essas palavras, espero que elas a façam sorrir, mesmo que de leve. Porque, embora eu não esteja mais aqui, a memória do que fomos e do que restou em mim, talvez, possa trazer algum tipo de paz.
 
 Este é o meu adeus, não apenas a ela, mas aos fantasmas que me atormentaram por tanto tempo. Com essas últimas estrofes, deixo para trás o peso de um amor que, mesmo transformado em poeira, jamais será esquecido.
 
 
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