
O Olhar Negro Seguido de um Epitáfio (28ª Poesia de um Canalha)
Data 07/09/2024 09:35:27 | Tópico: Poemas
| Morreu! Segurou nas mãos a sua alma perdida Com asas descansadas no corpo frio e já inerte Negro olhar na absolvição desse mortal pecado Morria! A ler velhos anos da sua luxuriante vida Letras que ali espalhadas eram dívidas à morte Onde desmoronavam qual lágrimas de um fado
Morrerá! Preso ao grito silencioso de seu irmão A ecoar nos trechos deixados ao acaso no chão Pintado das cores dessa negra e branca solidão Feneceu! Num sorriso forrado de alegria ou não Que queria nascer e seguir imortal nesta prisão Num mundo à parte ou noutro mundo de ilusão
Por aqui jaz um poema escrito tão calado e cego Que enterrado se fez esquecido e por tal chorou Tamanha ignorância a de quem o leu e escreveu Que infeliz fez dele uma cruz e dessa seu prego Tamanha alegria de quem por silêncios o matou Que num só dia quis ser o poeta que só morreu
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