casa de labor

Data 09/09/2024 14:16:22 | Tópico: Poemas


a casa me aceita
sem ser flor
cor
e amor
sem ser santa
e nem sua manta
nem mesmo o caminho
o trono
ou o andor

não sou perfume
estrume
ou mau cheiro

não sou a doçura
o amargo
o estio
nem a frescura

leveza não me leva
nem a fragilidade
eleva
nem asas
nem armadura
sinfonia
partitura

feiticeira não
cai-me bem
bruxa ou cigana
sedutora
mundana
profana
não cobrem-me
também

muito menos
macho sou
de fêmea não vou
prato ou talher
detalhe sequer
de homem
ou mulher

não importa
a casa
não ter porta
para abrir
e fechar
só quero entrar
e sentar
elaborar
pensar
sem ser
filosofo ou profeta

talvez...
poeta








Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=374332